Lipedema é uma condição médica crônica caracterizada por um acúmulo simétrico de tecido adiposo (gordura) nas pernas e em alguns casos, nos braços.
Uma vez subestimada e mal compreendida, o Lipedema ganhou visibilidade significativa na última década à medida que mais pesquisas são realizadas para entender e tratar essa condição.
Mesmo assim, continua sendo subdiagnosticado e muitas vezes confundida com obesidade ou Linfedema.
Se você ou alguém que você conhece está lidando com sintomas desconcertantes que não podem ser explicados pela obesidade ou outras condições comuns, este artigo detalhado é para você.
Vamos falar sobre essa condição, desde o que é e quais são os sintomas e causas, até os tratamentos disponíveis e como manter a qualidade de vida enquanto se lida com o Lipedema.
O que é Lipedema?
O termo Lipedema, que significa literalmente “edema no tecido adiposo”, é uma condição médica crônica caracterizada pelo acúmulo simétrico de tecido adiposo (gordura) principalmente nas pernas.
Afeta predominantemente as mulheres e envolve uma distribuição irregular de gordura, resultando em um aumento desproporcional do tamanho das pernas e, às vezes, dos braços.
Infelizmente, o Lipedema é frequentemente confundido com a obesidade ou Linfedema, que são condições distintas.
Acredita-se que a origem desta doença possa ser genética, sendo frequentemente observada em várias gerações da mesma família.
Contudo, a causa exata do Lipedema ainda não é completamente conhecida.
Algumas pesquisas sugerem que existe o fator hormonal. Além disso, a genética dá a sua contribuição para o surgimento da doença. Uma alimentação rica em carboidratos, açúcar e carne vermelha pode agravar o caso.
Sintomas do Lipedema, como identificar e diagnóstico
Os sintomas do Lipedema incluem:
- Aumento da sensibilidade ao toque: A pele sobre as áreas afetadas pode ser dolorosa e sensível ao toque, e os pacientes muitas vezes relatam que surgem roxos com facilidade.
- Acúmulo de gordura simétrico: A gordura é normalmente depositada nas pernas, quadris e nádegas, embora também possa afetar os braços. No entanto, as mãos e os pés são geralmente poupados, dando às extremidades uma aparência de “coluna”.
- Desproporção corporal: As pessoas com Lipedema podem ter uma aparência “pêra”, com a metade superior do corpo significativamente mais estreita que a inferior.
- Problemas de mobilidade: Conforme a condição progride, a mobilidade pode ser cada vez mais afetada.
- Problemas psicológicos: O aspecto físico do Lipedema pode levar a problemas de autoimagem e saúde mental, como depressão e ansiedade.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de Lipedema é normalmente baseado nos sintomas clínicos e na aparência física.
A história médica do paciente e a avaliação do padrão de distribuição de gordura são fundamentais para diferenciar o Lipedema de outras condições, como Linfedema ou obesidade simples.
Existem atualmente quatro estágios de Lipedema, que são determinados com base na aparência da pele e no grau de acúmulo de gordura.
Cada estágio apresenta um aumento na dor, no inchaço e no acúmulo de gordura.
Distinguindo Lipedema e Linfedema
Dada a similaridade nos sintomas, não é raro haver uma mistura entre Lipedema e Linfedema.
Porém, existem características específicas que ajudam a distinguir um do outro:
- O Linfedema surge como uma disfunção do sistema linfático, enquanto o Lipedema está relacionado à acumulação de gordura. Em casos avançados, as duas condições podem estar associadas.
- O Lipedema tem a propensão de se manifestar em ambos os lados do corpo de forma simétrica, contrariamente ao Linfedema que pode aparecer só no lado direito ou esquerdo.
- Quase todos os casos de Lipedema são registrados em mulheres, uma tendência que não se observa no caso do Linfedema.
Lipedema em Pernas e Coxas
Conforme enfatizado anteriormente, o Lipedema tende a surgir com mais frequência nas pernas e coxas.
Neste contexto, um estudo de 2005, conduzido pelos médicos alemães Meier-Vollrath, Schneider e Schmeller, apresentou uma classificação dos estágios do Lipedema:
- Estágio I : Manifestações desde a cintura até os quadris;
- Estágio 2 : Evolução do estágio I, chegando até os joelhos;
- Estágio 3 : Desenvolvimento do estágio II, estendendo-se até os tornozelos;
- Estágio 4 : Afetação dos braços;
- Estágio 5 : Área entre os joelhos e os tornozelos.
Tratamentos disponíveis para Lipedema
Infelizmente, o Lipedema não tem cura.
No entanto, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Estes incluem:
- Terapia de compressão: As meias de compressão ou as roupas podem ajudar a reduzir o inchaço e a dor.
- Terapia manual de drenagem linfática: Esta é uma forma de massagem que ajuda a mover o fluido linfático e reduzir o inchaço.
- Exercício: Exercícios de baixo impacto, como caminhar, nadar ou andar de bicicleta, podem ajudar a melhorar a circulação e a mobilidade, bem como controlar o peso.
- Terapia Nutricional: Embora a perda de peso não reduza o Lipedema, uma dieta equilibrada pode ajudar a controlar o peso e melhorar a saúde geral.
- Cirurgia: Em alguns casos, a lipoaspiração ou outros procedimentos cirúrgicos podem ser usados para remover o excesso de gordura. No entanto, estes procedimentos têm riscos e nem sempre são eficazes a longo prazo.
Qualidade de vida
O Lipedema é uma condição médica complexa que requer um entendimento cuidadoso e um manejo abrangente.
Embora ainda não haja cura, existem maneiras eficazes de controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A chave é o diagnóstico precoce, o manejo eficaz dos sintomas e o apoio emocional adequado.
Qual médico procurar para tratar o Lipedema
Formada em Medicina pela UFMG, dra. Beatriz é Angiologista em Belo Horizonte.
Fez residência em Cirurgia Geral no Hospital Alberto Cavalcanti e especialização em Cirurgia Vascular no Hospital Vila da Serra.
Dra. Beatriz Gonçalves escolheu como área de atuação o cuidado com a saúde das veias.
Sua prioridade é a excelência na realização do diagnóstico e definição do plano de tratamento mais adequado para o caso do(a) paciente.
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